(1949 – ) Escritor libanês radicado em França, desde que para lá se deslocou na sequência da guerra no Líbano, Amin Maalouf tem vindo a repartir a sua obra literária pelas áreas da ficção, do ensaio e dos libretos de ópera, sendo, desde 2011, membro da Académie Française. Exemplo vivo do fronteiriço, como ele próprio se considera, por ser atravessado por várias linhas de fratura (étnicas, religiosas, linguísticas e culturais), o autor sabe-se em posição privilegiada para servir de estafeta e ajudar a lançar pontes de diálogo e de entendimento entre culturas, vendo na literatura,... Ler mais
(1964- ) Anne Weber é uma escritora alemã, nascida em Offenbach (Alemanha), e residente em Paris desde 1983. Traduzindo ela própria as suas obras de francês para alemão, é já autora de uma dezena de textos narrativos ou ensaísticos. Entre eles destacam-se Ida invente la poudre (1998) [Ida inventa a pólvora], Cendres & Métaux (2006) [Cinzas & Metais] e Vaterland (2015). Com uma obra amplamente elogiada pela crítica, tanto em França como na Alemanha, Anne Weber foi galardoada com o Prémio literário Heimito von Doderer (2004), o Prémio Kranichsteiner (2010) e o Prémio de tradução... Ler mais
(1942- ) Escritor português nascido em 1942, em Lisboa. Formado em Medicina Psiquiátrica, exerceu atividade clínica durante a guerra colonial em Angola, e, posteriormente, em Lisboa, no Hospital Miguel Bombarda. Depois da publicação de Os Cus de Judas (1979), tornou-se um dos mais traduzidos e internacionalmente reconhecidos romancistas portugueses contemporâneos; a partir desse romance, que fecha uma trilogia de inspiração autobiográfica, que, com Conhecimento do Inferno e Memória de Elefante, descrevia uma descida aos infernos, desde a experiência da guerra colonial até à perda do amor e ao regresso a um mundo de loucos, Lobo... Ler mais
(1980- ) Aurélien Bellanger é um escritor, ensaísta, cronista da rádio e – embora esporadicamente – ator francês nascido em Laval, França. Com uma formação filosófica, revelou-se com a publicação de um ensaio elogioso para a poética do polémico romancista francês Michel Houellebecq, sintomaticamente intitulado Houellebecq écrivain romantique [Houellebecq escritor romântico] (2010). Rapidamente, envereda pela carreira literária, precisamente na esteira estilística e temática de Houellebecq, estreando-se com um primeiro romance de cerca de quinhentas páginas, La Théorie de l’information [A Teoria da informação] (2012), em relação ao qual Bellanger afirmou ter tentado escrever um romance... Ler mais
(1975-) Autor francês polígrafo, dividindo-se essencialmente entre a literatura, as instalações plásticas e a filmografia documental ou experimental em vídeo, Camille Toledo tem dedicado uma atenção particular à questão da Europa. Em 2008, lançou-se numa polémica contra os argumentos do célebre manifesto «Pour une Littérature-monde en Français», por considerar que os seus signatários tinham-se iludido com uma bipolarização simultaneamente simplista, do ponto de vista estético, e engenhosa, do ponto de vista político. Na opinião do então jovem escritor, o problema não residia no facto de o Manifesto defender a «crioulização» e a «bastardia», mas de... Ler mais
(1939-) Professor, ensaísta e romancista italiano, nasceu em Trieste, uma cidade proeminente no antigo império Austro-Húngaro, que foi e continua a ser, entre auges e quedas, uma urbe cosmopolita, local onde se entrecruzam ideias e civilizações, ponto de passagem de caudilhos, artistas e pensadores e um dos cadinhos das ditosas ou arriscadas e, por vezes, desastrosas experiências que, desde Carlos Magno, têm formado e transformado a Europa. Magris defende o conceito de Mitteleuropa como entidade geopolítica e cultural de relevante importância para a coesão interna do continente europeu, em sintonia com o postulado de Jacques... Ler mais
(1971-) David Van Reybrouck tem um percurso científico e cultural multifacetado. É antropólogo, arqueólogo, historiador, cronista, ensaísta, mas também dramaturgo e ficcionista belga de expressão neerlandesa. Oriundo de uma família flamenga católica, cursou filosofia e arqueologia em Lovaina, tendo enveredado pela antropo-zoologia, área científica em que publicou alguns estudos de reconhecido relevo. Em 2007, rompe definitivamente com o ensino universitário e a investigação científica, dedicando-se inteiramente à escrita literária e ensaística. Publicou várias obras em neerlandês, que foram sendo traduzidas para francês: Le Fléau [O Flagelo] (2008); Mission [Missão] (2011); Dans le maïs [No milho]... Ler mais
(1949-) Vencedora do Neustadt Prize for International Literature (2016) , autora de vários ensaios, romances e ficções breves, Dubravka Ugrešić desafia completamente as usuais classificações das literaturas pela nacionalidade dos seus autores. Nascida na antiga Jugoslávia, a desintegração do país, no início da década de 90, torná-la-ia numa cidadã croata. Contudo, Ugrešić rapidamente se mostrou em completo desacordo com o rumo nacionalista e xenófobo do novo establishement, pelo que em 1993 trocou a Croácia pelo exílio, primeiro em Berlim, depois em Amsterdão, onde se encontra emigrada há mais de 20 anos. Se bem que tenha... Ler mais
(1937- ) Nas décadas de 1960 e 70, Dumitru Tsepeneag, romancista e tradutor franco-romeno de língua romena e francesa – traduziu, de facto, para romeno autores tão importantes como Malraux, Nerval, Derrida, Blanchot, ou ainda os escritores do “Nouveau Roman” francês Pinget et Robbe-Grillet – é o líder do movimento estético onirista que se opõe ao realismo socialista oficial vigente na república da Roménia. Em 1975, a crítica do regime autoritário e do culto da personalidade sob o reinado de Nicolae Ceaușescu vale-lhe a perda da nacionalidade romena assim como o exílio em Paris. Obtém... Ler mais
(1923 – ) Natural de São Pedro do Rio Seco, aldeia do concelho de Almeida do distrito da Guarda. Com mais de três dezenas de títulos originais, Eduardo Lourenço tem-se destacado, no panorama da literatura e do pensamento em língua portuguesa, como filósofo e ensaísta. O tema da Europa ocupa, desde sempre, um lugar relevante na obra literária lourenciana, como assinalaram, entre outros, Miguel Real e João Tiago Lima. Podemos mesmo afirmar que pertence a um dos capítulos principais das chamadas “mitologias lourencianas” (Cruzeiro 1997: 76). No ensaio sintomaticamente intitulado “Europa ou o diálogo que... Ler mais